sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Primeira audiometria

Dia 28 de agosto passado (exatos quatro meses atrás) fiz minha primeira audiometria após minha cirurgia. Estava um dia frio e eu fui com uma jaqueta grossa (japona, como meus pais chamam). Minha filha Giulia foi comigo.

Entrei numa salinha pequena, não me lembro se as paredes eram cheias de furinhos ou de espuma em forma de caixa de ovos. Era uma sala à prova de som. Sentei numa cadeira, em frente a uma grande "janela" de vidro, onde podia ver Elaine, a fonoaudióloga, que me orientou a levantar a mão quando ouvisse algum apito (ou som). O engraçado é que Giulia ficava atrás da Elaine e me dava sinal pra eu levantar a mão, querendo me ajudar a ir bem no exame.

Fiz vários testes, com o IC junto com o AASI, com o IC sozinho e com o AASI sozinho. Sem nenhum dos dois não ia adiantar nada - zero som. Pra dormir é ótimo!

A princípio foi um pouco difícil fazer o exame com o IC, pois minha jaqueta era super ruidosa e eu confundia com os sons do apito. Era só me mexer um pouco que a jaqueta fazia barulho e me atrapalhava. Decidi tirar e ficou bem mais fácil perceber os sons.

Elaine ficou super satisfeita com o resultado que até enviou uma cópia para Dr Henrique, otorrino responsável pela minha cirurgia.

Abaixo, as duas audiometrias, do ouvido direito (AASI - aparelho comum) e do ouvido esquerdo (IC)

Como se pode ver pela audiometria, o ouvido do IC alcançou melhores resultados que o ouvido do aparelho comum. Quando soube, fiquei tão feliz! Em três meses de ativação, o ouvido operado estava melhor que o ouvido "bom". Só tenho a agradecer a Deus por isso!

Algumas pessoas têm comentado que eu estaria ouvindo melhor a fala. Outras comentam que minha voz melhorou. Eu acho que elas não deixam de ter razão. Antes da cirurgia, eu penava para as pessoas entenderem o que eu dizia, por exemplo, quando eu falava o número do meu CPF para Nota Paulista. Os caixas quase sempre erravam e perguntavam várias vezes até conseguirem entender. Hoje, quando eu dito o bendito número, olha só! Eles entendem logo de cara e sem olhar pra mim! São resultados como estes que me encorajam cada vez mais a colocar o IC no outro ouvido!

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

8 meses!

Há tanto tempo que não escrevo aqui que nem sei por onde começo... tantas novidades pra contar, que fico até perdida!

O fato é que estou a cada dia que passa mais feliz pela minha decisão de colocar o IC no ouvido esquerdo, que estou cada dia mais corajosa para fazer no direito.

Hoje estou fazendo oito meses de IC, com muito motivos para comemorar. Tamanha foi minha felicidade quando, nesta semana que passou, ao acordar bem cedinho (ainda meio escurinho, cinco e meia da manhã) e já de IC (somente ele, pois a fono pediu pra ficar algumas horas assim) fui à cozinha e ao chegar lá, escutei um barulho. Achei que era torneira pingando, pois era um barulho bem audível, mas ao olhar para a pia, não tinha nada aberto. Estranhei e fiquei parada, na escuta. Era um barulho ritmado, perfeito no tempo do seu compasso. Olhei para o relógio que fica no alto da parede da cozinha e... lá estava ele! O ponteiro de segundo!


Sabe quanto tempo eu tenho este relógio? Exatos dez anos (ganhei em uma confraternização de fim de ano). E pela primeira vez eu ouvi os "tic tac"!

Fiquei tão maravilhada com este novo som que fiquei alguns minutos ouvindo. Que gostoso! Embora ele sempre estivesse lá, é um som novo pra mim, e como todo "novo som", gosto de ficar ouvindo.

Eu ainda estava a contemplar a descoberta quando ouvi outro som, não muito bonito mas curioso: minha velha geladeira começou a fazer aquele barulho de motor (que liga e desliga toda hora). O som do relógio diminuiu, mas eu ainda conseguia ouvir. E aí os pássaros começaram a cantar e começou aquela "sinfonia rotineira".

Quando Paulo acordou, falei com ele: "Você está ouvindo o relógio?". Ele olhou pra mim sem entender. "Ouve só que legal, o ponteiro do relógio! Ouve!". Fechou bem os olhos, como se estivesse se concentrando para ouvir. Daí disse: "Estou ouvindo, mas beeeem baixinho...". Imagino eu que seria por causa da "sinfonia rotineira", porque naquela altura já tinha vários outros sons.

Depois toda feliz contei (também) para meu filho Guilherme que tinha ouvido o som do relógio. A reação dele foi quase a mesma do pai. Fez cara de quem não entendeu direito e disse: "Nossa mãe! Eu nem ouço direito este som!". Muito engraçado...

No dia seguinte, a mesma coisa. Só que desta vez eu estava na copa lendo a Bíblia e de lá ouvi o som do segundo perfeitamente, vindo da cozinha!

 Eu só tenho a agradecer a Deus por tamanho presente! Obrigada, Senhor!